Com o satélite Cbers-2B pela primeira vez o Brasil tem dois instrumentos próprios para vigiar o seu território.
O Satélite Sino-Brasileiro de Recursos
Terrestres (Cbers-2B, na sigla em inglês) está em orbita há um ano. Como ainda está em operação o Cbers-2, lançado em
outubro de 2003, pela primeira vez o Brasil tem dois instrumentos
próprios para vigiar o seu território com melhor capacidade e
freqüência de observação.
O Cbers-2B é o terceiro lançado pelo Programa Cbers, em cooperação
com a China. Até 2013, estão previstos os lançamentos dos satélites
Cbers-3 e 4.
O satélite tem três câmeras imageadoras a bordo: CCD, WFI e HRC.
Essa diversidade de câmeras atende a múltiplas necessidades – do
planejamento urbano, que requer alta resolução espacial, a aplicações
que precisam de dados freqüentes mas não tão detalhados, como monitorar
desmatamentos.
Inovação do Cbers-2B, a HRC produz imagens de uma faixa de 27
quilômetros de largura com resolução espacial de 2,7 metros, em uma
região espectral pancromática única. Suas imagens em alta resolução de
todas as capitais brasileiras e de algumas áreas de países da América
do Sul estão disponíveis na internet.
O Cbers fez do Brasil o maior distribuidor de imagens de satélite do
mundo. Além dos usuários brasileiros, as imagens são fornecidas
gratuitamente para países da América do Sul que estão na abrangência
das antenas de recepção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) em Cuiabá. O download gratuito das imagens é feito a partir do
site
www.obt.inpe.br/catalogo.
Assinado em 1988, o acordo de cooperação entre Brasil e China contemplava o desenvolvimento e construção de dois satélites de sensoriamento remoto que também levassem a bordo, além de câmeras imageadoras, um repetidor para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais. Os equipamentos foram dimensionados para atender às necessidades dos dois países, mas também para ingressar no emergente mercado de imagens de satélites.
Em 2002, foi assinado o acordo para a continuação do programa, com a construção de dois outros satélites – os Cbers-3 e 4, com novas cargas úteis e uma nova divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China – 50% para cada país (nos primeiros satélites a divisão foi de 70% para a China e 30% para o Brasil). Porém, para garantir o fornecimento das imagens até o lançamento do Cbers-3, previsto para 2010, o Brasil e a China decidiram, em 2004, construir o Cbers-2B, lançado em setembro de 2007.
O Programa Cbers é um exemplo bem-sucedido de cooperação Sul-Sul em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China. O Cbers é hoje um dos principais programas de sensoriamento remoto em todo o mundo, ao lado do norte-americano Landsat, do francês Spot e do indiano ResourceSat.
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